sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

A estatização do futebol

Se não bastasse a baixíssima qualidade do futebol atual no Brasil, sem criatividade, técnica e porque não dizer vontade, parece que esses males atacaram de vez o cerne do futebol mundial: a capacidade de gerar riqueza.
Tudo se iniciou com o Corinthians - meu time - e o patrocínio da Caixa Econômica Federal com valores, para aquele momento, exorbitantes.
Com a porteira da negociação fácil, outros clubes iniciaram sua seara atrás do patrocínio oficializado, estatal.
Se buscarmos no futebol mundial, veremos poucos (maus) exemplos como esse!
Ter as mãos bem visíveis do Estado sobre o maior patrimônio cultural do Brasil - o futebol - é pedir para que a hegemonia seja mais rápida do que a velocidade normal que poucas pessoas já perceberam.
Em pesquisa realizada no início do ano de 2.014, notamos que o investimento no fardamento futebolístico, promete muito e entrega pouco.
Ao questionarmos torcedores sobre quais as empresas que patrocinavam a camisa de seu time, tivemos a triste surpresa em descobrir que poucos são os aficionados que lembraram!
Qual a função do marketing senão fazer com que marca sejam lembradas, associadas a algum personagem ou outra coisa?
O principal problema para a associação de marcas com o uniforme é grande turn over que existe! Mudam-se as marcas das camisas como mudam-se os técnicos de futebol.
Qual seria a estratégia de marketing da Caixa Econômica Federal em associar a sua marca com quase todos os clubes do Brasil.
Sou cliente da Caixa e sou tratado de forma tão respeitosa pelos funcionários que nada me fará deixar de ser cliente de minha agência! Pronto, acabei de fazer propaganda boca-a-boca sem perceber e sem custos para a instituição.
Agora, saber que as tarifas e juros que pagam serve para sustentar clubes mal administrados e jogadores de futebol que ama tudo, menos a bola, me faz querer distância desse mundo!
O que parecia ser passageiro até que a Copa do Mundo passasse e o mercado viesse com força ao nosso futebol, parece tudo se acabou junto com o vexame dos 7 a 1 contra a Alemanha.
O Estado avança cada vez mais e por mais frestas que o mercado deixa, como água entre os dedos.
Joaquim Levy terá muito trabalho, se tiver independência, para colocar o trem que foi tirado do trilho em 2.008 com a tal "nova matriz econômica".
Um pouco de Chicago fará bem nesse mar de Unicamp que domina nosso governo.

Por Marcelo Di Giuseppe