quarta-feira, 18 de novembro de 2015

O tamanho da ineficiência

Que o Brasil é territorialmente gigante todos sabemos, mas o que dizer do tamanho do Estado?!
Como pode um país se envolver em negócios, empresas, projetos que nada têm haver com a sua função principal?
Que churrascaria você acha que lhe serviria o melhor pedaço de picanha
A) Uma churrascaria que serve comida por quilo, faz pizza, tem cafeteria, padaria e ainda tem um mercadinho "de quebra" no cantinho do imóvel?
B) Uma churrascaria especializada em carnes maturadas?
Qual você escolheria?
Se você é louco e disse a letra A, complemento com outra questão: Se eu te disser que a churrascaria A custa mais caro do que a B.
Você continuaria desejando ir na churrascaria A?
Pois é, nosso país é bem assim! Faz de tudo um pouco e como não é especialista em nada, faz tudo muito mal!
Sempre nos deparamos com o resultado triste desse gigantismo absurdo e a tragédia de Mariana não foi diferente.
Se todos os níveis de governo tivessem sua capacidade técnica e financeira voltada a fazer o que deve ser feito - nesse triste caso, fiscalizar a empresa e suas obras - certamente não teríamos a desgraça que ocorreu.
A situação colocada é essa! Quando se faz de tudo e mal feito, de forma ineficiente e ineficaz, tudo fica mais caro!
Ficamos assim então: o governo brasileiro investe para entregar correspondência em sua casa ao invés de vistoriar obras irregulares!
Quando uma desgraça acontece, multa a empresa e pronto!
Mexer na estrutura, nem pensar!

Por Marcelo Di Giuseppe

terça-feira, 17 de novembro de 2015

A tragédia poderia ser minimizada!

Após os ataques covardes realizados na Cidade Luz no último dia 13, veio o contra-ataque das forças legitimas governamentais dentro da própria cidade.
Há muito tempo a inteligência governamental francesa vinha monitorando as ações em alguns bairros de Paris pelo seu alto número de muçulmanos e não foi difícil chegar as famílias de alguns terroristas.
Entender as diferentes formações da sociedade em seu território, traz clareza dos perfis e assim pode-se tomar decisões de forma antecipada.
Claro que algo falhou, isso é uma certeza, mas o levantamento de informações sempre foi preciso.
Fica claro portanto que não adianta ter um mar de informações se as decisões são evitadas por falta de lógica e excesso de ideologia.
Muitas pessoas não conhecem o Processo Agile usado pelo IBESPE em seus estudos de opinião.
De forma simplista, explico:
Pesquisas de opinião em geral realizam o levantamento dos dados em campo, criam gráficos e relatórios e disponibiliza para o cliente tomar suas decisões.
O IBESPE já algum tempo subiu dois degraus desse patamar, incluindo Análises Preditivas e Indicação de Ações Pontuais.
A experiência e a qualidade acadêmica da equipe do IBESPE dá ao instituto a tranquilidade de estar indicando as melhores soluções para o cliente, seja ele de mercado ou político.
Entender o passado e o presente são, indiscutivelmente, a solução dos problemas futuros.
Indicar, por exemplo, que o bairro A tem 65% de chances a mais de acobertar criminosos que o bairro B, faria com que o governo tivesse um monitoramento mais completo!
Voltando ao 13 de novembro de Paris, de nada adiantou ter conhecimento dos locais de maior concentração de muçulmanos se faltou realizar análises preditivas para saber onde estaria a maior possibilidade de haver radicais entre a população, isto é, faltou providencias de antecipação de tragédia.
A ausência de informações atualizadas cruzadas com as ações impostas no passado fez com que o governo francês subjugasse a capacidade destrutivas do terror.
Deu no que deu!

Por Marcelo Di Giuseppe

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Posso propor?

O Governo Federal tenta de todas as formas ampliar a arrecadação para fazer frente às suas despesas que há muitos anos crescem sem interrupção.
Fica fácil dessa forma!
Imagine se você que tem o seu salário, continua gastando de forma tresloucada e ir atrás do seu chefe cobrar um aumento, pois você não consegue parar de gastar!
Se você é um comerciante, tem uma padaria, por exemplo, imagine se você resolvesse colocar o quilo do pão francês a R$ 100,00, porque necessita arrecadar mais para pagar o carro novo que você acabou de adquirir.
O Governo está tomando uma decisão igual as absurdas citadas acima, com um diferencial: você pode dever para um amigo, para o pai, o sogro, o irmão, até para o banco, mas não terá como fugir da CMPF.
Teorias conspiratórias acabam jogando o jogo sujo de querer culpar a elite, dizendo que essa parte da sociedade não paga impostos, mas esquecem-se que os mais ricos consomem muito mais e como os impostos estão embutidos em todos os itens possíveis, os ricos acabam pagando muito mais impostos!
Sei que alguém poderá dizer: mas percentualmente...
Temos várias formas de fugir do debate quando a ideologia fala mais alto que a própria inteligência!
Mas vamos fazer continha de 2 + 2? Se o sujeito recebe R$ 788,00 e gasta tudo com alimentos e esses têm embutidos 40% de impostos, ele contribuiu com quanto para o Governo?
Agora coloque-se no lugar de quem gasta R$ 50 mil com tudo, alimentos e outras coisas mais que quanto mais luxuosas mais impostos tem embutidos em si, quanto esse sujeito desvia para os bolsos governamentais?
Quando se fala em dinheiro, não podemos nos esquecer de falar em números absolutos!
O que dizer então da classe alta e média que além de todos os impostos, paga ainda de forma dobrada por obrigações estatais? Saúde, escola, segurança...ou será que as pessoas têm noção de quanto custa um simples seguro de carro?!
A oposição briga para que a CPMF não seja ressuscitada, mas sabe lá a força que terão diante do butim Federal.
O Governo Federal reclama que todos criticam, mas não colocam nenhuma proposta na mesa! Que tentam um golpe, sem antes dizer o que seria melhor para o Brasil.
Claro que estou longe de Brasília e do poder, mas não há solução interna para os nossos problemas internos.
Apenas fatores (dinheiro) exógenos serão capaz de tirar a nossa situação fiscal da UTI.
Cito alguns:

- Privatizar todas as empresas públicas, não importando o nível federativo
Isso faria com que houvesse uma grande injeção de dinheiro nas contas públicas e diminuiria e muito o custeio. Imagine a redução de despesas que haveria com RH e mais, imagine que daqui alguns anos, esses funcionários públicos aposentariam no regime comum e não pelo regime dos servidores que recebem 100% do salário e tem seus salários sempre atualizados;

-Acabar com a previdência pública
Aqui o pau quebra, mas eu me explico. O Governo teria um prazo estendido para ir devolvendo ao contribuinte o que ele depositou nas contas do governo. Essa decisão, claro, não poderia ser passada para aqueles que já se aposentaram. Dai pra frente, o sujeito aposenta quando quiser, afinal, ele que faça o seu planejamento;

-Acabar com o Seguro Defeso
Imagine que você, dono de uma peixaria, ficasse sem peixe para vender, e o governo aparecesse para te ajudar, te sustentar.
Claro que alguns dirão: mas o pescador perdeu a subsistência dele, etc. E eu devolvo: ele só sabe pescar? Não carrega tijolo, não entrega panfleto, não toca violão?

-Acabar com o Bolsa Família
O Bolsa Família foi implantado e os problemas continuaram. Acabou a miséria ou será que temos miseráveis que usufruem de um benefício? Nenhuma Nação venceu tendo uma população subjugada, sustentada.

-Liberar os jogos de sorte no Brasil
Porque chamar de jogos de azar se quem ganha tem sorte? Sabe nas regiões que tem quantidades enormes de bolsistas, porque não dar apoio para a criação de zonas livres para jogos de sorte? Las Vegas foi criada ao lado de Nova Iorque? Sabe os bolsistas que eu acabei de tirar o benefício? Terão onde trabalhar e ganhar o seu sustento. Basta querer!

-Privatizar todas as universidades públicas
Quer ajudar alguém a realizar o sonho de fazer o ensino superior? Implante o voucher! Quem sabe assim, melhoraremos o ensino fundamental que passa ano, sai ano e a vergonha e a ignorância só aumenta.

-Acabar com a Lei Rouanet
Tem certas coisas que não sabemos porque existe. É o caso da Lei Rouanet que foi tão desvirtuada que perdeu a função que pode um dia ter sido boa. Apenas amigos do rei recebem esse benefício e quando recebem é porque possuem projetos "amigos".

-Acabar com FGTS
O que é isso? O Governo toma 8% do salário do sujeito para colocar em uma poupança para quando ele for demitido, receber esse dinheiro de volta! Tá de brincadeira? Porque os 8% não ficam com o trabalhador e ele gasta, poupa, faz o que quer com o dinheiro?

Essas são apenas algumas sugestões que já daria para diminuir o rombo das contas públicas! Aliás, se o Governo Federal adotar essas medidas e mais algumas que darei com o passar dos dias, aceito pagar 20% de CPMF ao invés de 0,2%.

Por Marcelo Di Giuseppe








quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Situação financeira piora para 54% da população da Baixada Santista

Os reflexos do pessimismo nacional chegaram a Região Metropolitana da Baixada Santista.
Em pesquisa realizada entre os dias 16 e 17 de agosto pelo IBESPE, ouvindo 400 pessoas nas 9 cidades da RMBS, divididas proporcionalmente entre as cidades, explicitou o drama de 54% da população que entendem que sua situação financeira piorou no ano de 2015.
Para 34% a situação está como no ano passado e para apenas 11% a situação atual é favorável.
Mongaguá, cidade com pouco mais de 50 mil habitantes, é a cidade que mais demonstra insatisfação com a atual situação financeira chegando a 66,7% dos entrevistados.

Expectativas Pessimistas - Além de entender a atual situação financeira dos moradores da Baixada Santista, o IBESPE quis medir também as expectativas para até o final do ano de 2015.
Nesse estudo o instituto averiguou que 50% da população da RMBS está pessimista e acha que a sua situação financeira irá piorar. Os mais pessimistas são os itanhaenses chegando a 80% dos entrevistados.

Experiências negativas sejam elas pessoais, com pessoas próximas ou mesmo distantes, que sejam divulgadas e assimiladas, acabam nos dando certo receio de algumas situações.

Podemos exemplificar de várias formas: um acidente aéreo com um particular resulta em um friozinho na barriga ao entrar na aeronave...

Costumo comparar a inflação e os problemas relacionados com ela - dívidas galopantes, altos jutos, etc. - com a Aids.

Ambas tiveram seu ápice na década de 80 no Brasil o que faz até hoje, pessoas da minha faixa etária ter muito respeito e até medo dessas duas chagas.

Notamos que os mais jovens, em grande parte, encaram a Aids como mais uma doença. Em compensação, pessoas mais velhas se lembram de ídolos e pessoas normais morrendo como moscas em hospitais com uma doença (até hoje) sem cura!

A inflação da mesma forma era assustadora. É claro que conseguíamos viver, mas sempre com muito sofrimento e a impossibilidade de planejamento que, para aqueles que apreciam ter uma vida sem solavancos, era um terror!

Vivi na década de 80 como um jovem estudante entrando na vida profissional e sofria com o medo e a falta de dinheiro e hoje tenho muito medo do caminho que estamos trilhando.

Com relação a Aids os seres humanos, os indivíduos, sabem como evitar, passar longe, mas e com relação a inflação que está sob a égide governamental? Nós brasileiros somos vítimas sem a possibilidade de escolha de querer ou não, passar por isso novamente.

Vamos esperar por atitudes sérias e planejadas de quem administra o país, pois até agora brincamos "sem camisinha" com a inflação.



Por Marcelo Di Giuseppe

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

49% da população da Baixada Santista assume estar endividada

Quase a metade da população da Baixada Santista afirma estar endividada.
O cartão de crédito com 53,1% continua sendo o grande vilão dos endividados e, com juros próximos a 400% ao ano, promete destruir as finanças de muitas residências em 2.015.
Para entender esse momento, o IBESPE realizou pesquisa nos dias 16 e 17 de agosto ouvindo 400 pessoas na Baixada Santista divididas proporcionalmente entre as 9 cidades.
Há exatos dois anos, no auge do consumo, o número de endividados chegava a 61% da população. Nota-se, portanto, que as pessoas diminuíram o consumo para tentar pagar suas contas em dia, ou apenas diminuir o tamanho de suas dívidas.
Bertioga com 66,7% é a cidade que declara estar mais endividada na região.
Venho falando sobre essa sociedade que consome desenfreadamente sem se preocupar como irá pagar as contas quando elas chegarem.
Como diria o desenho Carangos e Motocas: Eu te disse, eu te disse...


Clique aqui e leia a pesquisa completa

Por Marcelo Di Giuseppe

terça-feira, 25 de agosto de 2015

53% das famílias da Baixada Santista têm pelo menos uma pessoa desempregada em casa

O número parece assustador, mas vem comprovar a aflição que ultimamente bate a porta das casas da Região Metropolitana da Baixada Santista.
Nos dias 16 e 17 de agosto, o IBESPE ouviu 400 pessoas, divididas proporcionalmente entre as 9 cidades que compõem a RMBS e fez a seguinte pergunta:
Em sua residência tem alguma pessoa desempregada?
O resultado assusta e traz à tona um problema que o Governo Federal sempre contabilizou de forma diferenciada e que de certa forma, não mostra a verdadeira face do problema.
Enquanto o Governo Federal mede a taxa de desemprego a partir do número de pessoas que efetivamente buscam emprego, eu sempre entendi que qualquer um em idade economicamente ativa que não estiver ocupado, trabalhando - formalizado ou não - está desempregado.
Esse é um dos mais perversos efeitos de um Estado que se propõe tutelar de todas as formas sua população, provendo do berço ao túmulo todos os benefícios possíveis e que vem nos últimos tempos criando uma nova mentalidade de filhotes de passarinhos no ninho esperando a mãe passarinho trazer o alimento e colocar em sua boca.
Toda essa estratégia de tutela estatal culminou na geração nem-nem, jovens que nem estudam e nem trabalham.
Esse não é um fenômeno apenas brasileiro, mas de todas as nações que têm governos que querem agradar sua população com benefícios tão exagerados que além de criar uma nação de dependentes, faz nascer pessoas incapazes de tomar decisões, de buscar soluções para os seus problemas, sempre esperando a mão "muito visível" do Estado, que faz questão de propalar essas medidas em rede nacional.
As pessoas se esquecem ou fingem esquecer que o dinheiro gasto com seu benefício é pago pela sociedade no qual ela é parte integrante.
Para aumentar os benefícios é preciso aumentar a arrecadação com os impostos. E quem paga por isso? O próprio beneficiário!
Agora, com uma população com baixa formação intelectual, nada produtiva, onde o mundo cada vez mais pede por qualificação para manter o emprego, o desemprego volta a assustar.
O resultado mais expressivo dessa rodada do estudo mensal  ficou para a cidade de Itanhaém chegando a 100% das residências pesquisadas.
Para entender melhor esse triste momento, o IBESPE quis saber se as pessoas estão com medo do desemprego.
65% da população da RMBS diz estar com muito medo; 21% com pouco medo; 11% não está com medo e 3% não souberam responder.
Se contabilizarmos a soma daqueles que dizem estar com medo do desemprego, chegamos a absurdos 83% da população da região.
Tenho comigo que nossa região não é turística. Digo isso, pois comparo com cidades que vivem apenas de turismo.
Temos a maior cidade a poucos quilômetros de nossas praias, mas qual o percentual dessa população que vem para cá para fazer realmente turismo? Quantas pessoas chegam a Santos, se hospedam em hotel e pedem para um táxi levar-lhes na manhã seguinte ao Museu Pelé?
A Baixada Santista precisa de reformas estruturantes em busca do desenvolvimento e a base dessa revolução deveria ser a qualificação de sua população que como vemos está ainda desesperada por uma vaga de emprego.


Clique aqui e leia a pesquisa completa

Por Marcelo Di Giuseppe

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

55% da Baixada Santista quer o impeachment da Presidente

A vida da Presidente da República não anda nada fácil!
Enfrentando resistência no Congresso Nacional, acusações contra o seu partido, suspeitas sobre o financiamento de sua campanha eleitoral, culminando em manifestações cada vez mais organizadas, o seu futuro próximo não parece nada agradável.
Para entender como pensam os moradores das 9 cidades que compõem a Região Metropolitana da Baixada Santista, o IBESPE ouviu 800 pessoas entre os dias 16 e 17 de agosto, divididas proporcionalmente entre as cidades.
O resultado traz uma diferença interessante entre as últimas pesquisas nacionais.
Enquanto as pesquisas nacionais apontaram que 63% da população desejam o impeachment da presidente, a RMBS totalizou 55%.
A cidade de Itanhaém foi a que mais radicalizou em sua opinião chegando a 80% de vontade de ver a Presidente fora do comando, enquanto que em Praia Grande, apenas 20% têm o mesmo desejo.
Os homens são mais contundentes que as mulheres (59,3% contra 53,4%). No comparativo por faixa etária, os que mais querem o impeachment de Dilma é a população de 21 a 24 anos (85,7%).

Avaliação de Governo - Nesse mesmo estudo, o IBESPE avaliou os governos de Dilma Rousseff e Geraldo Alckmin.
O atual Governador do Estado de São Paulo obteve 36% de aprovação e 18% de reprovação.
A aprovação de Alckmin não é das melhores, porém, em tempos de crise hídrica, problemas de segurança e atrasos em obras estruturantes na região, o resultado chega a ser louvável.
Já o governo da Presidente Dilma obteve 8% de aprovação na RMBS o mesmo percentual das últimas pesquisas nacionais. Porém, no quesito reprovação, a região demonstra estar mais crítica do que o Brasil como um todo. 77% da população da RMBS desaprova o seu governo contra 71% do último estudo do Datafolha.



Por Marcelo Di Giuseppe


terça-feira, 28 de julho de 2015

Só temos uma solução: Uma Guerra!

Sim, é isso que você leu!
O Brasil passa por um momento tão complicado politicamente e economicamente que se assemelha muito com países em momentos de pré-guerra.
Claro que devemos guardar as devidas proporções, pois as necessidades e desejos eram bem diferentes de 2015 e, se nos anos 40 ter água potável era um luxo, hoje não ter é uma vergonha!
O povo brasileiro passou por poucos momentos de sofrimento: quase nenhuma inserção em beligerâncias, poucas catástrofes naturais de potencial avassalador o que de certa forma é até estranho para um país tão violento com seus filhos.
Você duvida disso? O que é mais lembrado, o Maracanazo de 1950 ou a enchente de Santa Catarina em 2008?
Temos um problema institucional gravíssimo! Ninguém confia em ninguém! O povo elege o político, mas desconfia de sua capacidade e honestidade; liga o 190 quando está em perigo, mas desconfia da polícia; vai ao médico, mas duvida do medicamento ministrado...
O que fazer para unir um povo de 200 milhões de componentes que se atacam, se matam, se dividem..?
A Copa de 2014 no Brasil (foi no Brasil mesmo?) foi incapaz de fazer com que nos sentíssemos mais brasileiros.
Japão, EUA, Alemanha, entre outras nações que hoje têm ótimos índices educacionais e de vida sofreram com guerras e ressurgiram com a força e união de seus povos.
Só a união das pessoas foi capaz de fazer com que países saíssem de grandes depressões com os anos 30 dos EUA e os anos 40 da Alemanha, por exemplo? Claro que não!
Grandes homens, líderes natos apareceram para guiar povos sonâmbulos que caminhavam pelas ruas sem rumo, sem comida, sem perspectivas, mas com muita honra.
Por falar em sonâmbulos, indico o livro com esse mesmo nome de Chrstopher Clark que traz dados interessantes de como iniciou a 1ª Guerra Mundial, onde o agrupamento de líderes, alguns bem intencionados, a tomar decisões desastrosas e que culminou na guerra mais sangrenta da história (alguma semelhança com nossos 3 poderes?).
Se o Brasil começa a juntar requisitos para começar uma guerra, falta ainda a presença de um líder que faça com que todos pulem no mesmo barco e remem para o mesmo rumo.
Claro que não torço por uma guerra, mesmo porque, já vivemos em um país muito violento, mas tenho muito medo desse vácuo de liderança política que o país passa nesse momento.
A solução para o nosso país seria reduzir ao máximo o tamanho do Estado e deixar com que as coisas, aos poucos irem se ajeitando. Mas quem seria capaz de acabar com o imposto sindical? Quem seria capaz de acabar com o FGTS? INSS? Acabar com a absurda intervenção estatal entre patrão e empregado? Privatizar tudo que não é necessário (Petrobras, Correios, Bancos, etc)? Acabar com essa palhaçada do ramo de atividade A pagar x% de impostos e o B pagar y%?
Sim, muita gente é contra essas atitudes por simples preconceito ou por falta de conhecimento de como funciona outras nações do mundo.
Por isso mesmo acho que o sofrimento traria união e faria com que todos esquecessem do egoísmo de ver sua vida prosperar mesmo que o país esteja em frangalhos.
Apenas um aviso: uma marolinha de liberalismo começa a invadir as praias brasileiras e ainda não apareceu um líder que levante essa bandeira e seja o precursor da única saída capaz de fazer com que o Brasil cresça de verdade.
Alguém se candidata?

Por Marcelo Di Giuseppe

segunda-feira, 22 de junho de 2015

Privatização da Petrobrás: Ideologia X Informação

Dois dias após as manifestações de 15 de março de 2015 o Datafolha ouviu 2.842 pessoas no País sobre a opinião acerca da privatização da Petrobrás.
Dos entrevistados, 61% disseram ser contra a privatização; 24% a favor; 5% indiferente e 10% não souberam responder.

Percebendo que a cada dia que passa aumentam as discussões sobre os valores liberais no Brasil, o IBESPE foi a campo na cidade de São Paulo no período de 14 a 18 de junho e ouviu 2.094 pessoas sobre o mesmo assunto, porém com questionário estruturado para entender se a massificação ideológica contra a palavra “privatização” na academia e na imprensa, pode ser revertida com mais informações sobre o assunto.

Ao questionar se os entrevistados eram a favor de acabar com a interferência política na Petrobrás, 72,1% se posicionaram a favor; 20,0% contra e 7,9% não souberam responder.

Dessa forma, notamos que a grande maioria da população deseja que a Petrobrás sobreviva sem a mão visível do Estado seja na escolha de seus executivos, seja na política de preços, investimentos, entre outros. Essa medida só será possível se a maior empresa do país for privatizada de fato.

Porém, ao questionar, diretamente se os entrevistados são a favor da privatização da Petrobrás, 38,2% são a favor; 53,6% contra e 8,3% não souberam responder.

Ao compararmos com o estudo realizado pelo instituto Datafolha em março notamos um aumento daqueles que são a favor da privatização dessa empresa, porém a maioria continua encarando como maléfica essa medida. Se por um lado a maioria continua se posicionando contra, a diferença fica cada vez mais apertada.

No cruzamento entre as duas questões, fica provado que a guerra cultural contra o pensamento liberal no Brasil venceu, mas começa a sentir o bafo quente de uma nova sociedade que deseja menos estado e mais qualidade nos serviços públicos.

CICLOVIAS – O IBESPE aproveitou o mesmo estudo para entender como os paulistanos veem a implantação das ciclovias na cidade.
48,7% são a favor da implantação das ciclovias; 23,3% são a favor, mas não da forma que estão sendo feitas e 26,3% são contra.
Veja a pesquisa completa em: PESQUISA COMPLETA

Por Marcelo Di Giuseppe

quarta-feira, 13 de maio de 2015

E os professores?

Em meio a uma greve um pouco forjada de professores da rede estadual, acabei emitindo minha opinião mais do que sincera e esbarrando nas contradições de uma classe que há muito tempo anda perdida pelas salas de aula.
A Apeoesp que tem como presidente a senhora Bebel coloca toda sua ideologia à frente de suas decisões e não tem vergonha de mostrar suas preferências eleitorais.
Em junho de 2013 deixou clara sua união com os tais black blocs que, naquela época, deterioravam o patrimônio público e privado e sem parcimônia, agredia pessoas comuns e policiais militares.
A greve de 2015 não atinge quase nenhuma escola, mas as avenidas e estradas, como hoje a entrada da cidade de Santos, tem seu trânsito interrompido por alguns que se consideram representantes de uma massa enorme e que em grande parte, pensa muito diferente dessa classe burguesa do sindicalismo.
O sindicalismo, por exemplo, há muito tempo perdeu a sua magia e quase nenhum empregado ou empregador confia mais em suas atitudes e pautas.
Não quero dizer que o sindicato deva deixar de existir, mas deve se reinventar!
Deixar de cobrar a contribuição sindical anual seria a demonstração de sua independência de leis retrógradas e mais, ficar distante de partidos e políticos, fariam desse novo sindicato, algo mais confiável, com maior credibilidade.
O mercado está ai para quem quiser buscar algo melhor para sua vida! Ficar no mesmo emprego, cruzando os braços e fazendo grave por melhores salários, é algo inimaginável em um mundo moderno, com tantas possibilidades.
A pergunta que não me sai da cabeça é: porque, entre a relação empregado e empregador, deve haver esse agente autóctone, o Estado?
As pessoas hoje têm total conhecimento de direitos e deveres, e sabem muito bem negociar o que é melhor para elas.
Vamos tomar como exemplo a simples contratação de um encanador para sua casa. Chame o encanador e veja se ele não é capaz de cobrar um valor considerável pela sua força de trabalho. Sem interferência do Estado, o encanador ficará as horas necessárias para resolver o problema de sua casa e cobrará o que ele acha prudente pelo serviço.
A vontade dele de cobrar mais, será eliminada pela necessidade de manter o seu cliente e o cliente se sentirá tentado a pagar menos, porém saberá que pode perder por esse excelente profissional em uma próxima visita!
Porque a simplificação do mercado não entra de vez na pauta brasileira?
Volto ao Governo que tem a sanha arrecadatória para custear um Estado cada vez mais inchado e os sindicatos, que vivem de contribuições obrigatórias.
Os professores, voltando à eles, deveriam buscar especialização e correr atrás de melhores condições de trabalho, pela negociação e não pelo sofrimento de pais e alunos, pagadores de impostos e consequentemente dos salários dos docentes que estão de braços cruzados.

Por Marcelo Di Giuseppe

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

O sistema de saúde pública de Cuba - Parte 2

2º DIA DE TRABALHO
Sem atraso saímos para visitar uma nova unidade de saúde de Havana.
No Brasil há um consenso de que deve haver a separação entre as unidades básicas de saúde que podem ser da família ou não, das unidades especializadas de saúde (centro de especialidades, fisioterapia, etc.) e urgência e emergência.
Em Cuba, que muitos sanitaristas brasileiros entendem como a saúde ideal, essa concepção não é levada tão à sério.
No 2º dia de trabalho fomos a uma unidade mista, chamada por eles como Policlínica, que comportava saúde básica, especializada e um pequeno espaço de urgência e emergência:


Fiquei surpreso e impressionado, em um dia da semana, na parte da manhã, em pleno horário de pico, o número de funcionários era no mínimo o triplo do número de usuários!
A unidade era organizada e limpa, o que era de se esperar já que não havia quase movimentação pela unidade. Na parte térrea ficava a unidade básica de saúde e na área superior, as unidades especializadas e urgência e emergência.
A pergunta era: como um paciente, doente, idoso ou com deficiência física fazia para subir? Não presenciei ninguém desses grupos usando a unidade durante o dia em que fiquei por lá, mas no Brasil, certamente uma prefeitura teria grande dificuldade na aprovação do projeto de construção de
uma unidade sem essa preocupação, e se conseguisse, viveria pelo resto da vida, respondendo demandas judiciais.

A foto acima foi no momento de maior movimento da unidade. Essa era a recepção geral da unidade, e, como fica claro na imagem, apenas 6 usuários estavam na unidade, sendo que um deles apenas acompanhava uma criança.
Conversei com todos que me disseram estar satisfeitos pelo tratamento que recebiam e que a unidade sempre estava dessa forma, bem vazia.
Não havia como não lembrar das filas intermináveis nas unidades de saúde do Brasil!
No segundo dia, meu diagnóstico em relação a tão badalada qualidade da saúde pública de Cuba era resultado da relação entre baixo número de pacientes por profissional de saúde, dando a ele a tranquilidade de um atendimento mais dedicado.

Às 11 horas da manhã, horário de pico nas unidades de saúde do Brasil e do mundo, profissionais ficavam a espera de pacientes, o que não ocorreu até o final daquela tarde daquele dia.


Como em toda unidade, nessa também tinha um ensinamento do regime cubano para seus funcionários e usuários.
Em outra ala, dedicada a urgência e emergência, os leitos permaneciam vazios com tempo para conversarmos sobre planejamento de saúde, um sonho para qualquer administrador público:


Em todas as alas da unidade haviam mais profissionais do que usuários, até mesmo em especialidades que há filas de espera no Brasil, tais como oftalmologia:


Como em todas as outras salas e alas, a única companhia dos profissionais são as fotos ou pensamentos do governo cubano.
Nesse segundo dia, consegui através da senha de um dos funcionários, enviar um e-mail para minha esposa.
Por proteção a essa pessoa, não revelarei o nome, mas ela se sensibilizou com a nossa situação e deixou que usássemos sua senha, mas fez a ressalva que tomássemos cuidado com algumas palavras chaves que não deveriam ser escritas, pois, de acordo com ela, todos os e-mails são rastreados.
A qualidade do computador e da internet eram horríveis, mas nada me importava a não ser conseguir o meu objetivo de me comunicar e dizer que estava tudo bem comigo.
Terminei esse 2º dia de trabalho conhecendo o projeto de plantas medicinais.
Nessa sala havia um médico e uma enfermeira dedicados apenas para essa especialidade.
Não havia nenhuma novidade, nem paciente, mas a boa vontade de mostrar que essa era uma boa e nova opção da saúde pública de Cuba.


Por Marcelo Di Giuseppe

sábado, 7 de fevereiro de 2015

O sistema de saúde pública de Cuba - Parte 1

BREVE INTRODUÇÃO
Fui secretário de saúde municipal de minha cidade natal, Itanhaém/SP, no período de 2.007 a 2.011.
Não sou técnico da área e me preocupei em fazer o que deve ser feito por um gestor público decente: cortar gastos, acabar com privilégios de algumas classes, diminuir a burocracia, planejar, organizar e não roubar ou deixar que alguém roube o dinheiro público.
Os resultados apareceram rapidamente, tanto pelo prisma financeiro, como também pelo sanitário.
Técnicos da área de saúde entendem que a saúde pública pode ser cara, desde que alcance os índices pactuados e desejados pelas autoridades centrais do Brasil.
Isso dá brecha para a frase: "a saúde é um saco sem fundo"! Essa é uma frase infundada, pois existe um orçamento e deve ser respeitado. O dinheiro público é finito e porque o investimento em saúde não deveria ser?
Não quero alargar essa discussão, mas fica clara a necessidade de um novo pacto federativo, pois a Constituição de 1988 deixou o bônus na mão do Presidente da República e o ônus nas mãos dos Prefeitos Municipais.
O SUS não é de graça! Custa muito e custará cada vez mais, por vários motivos: corrupção, incapacidade dos gestores (federais, estaduais e municipais), atuação desequilibrada do Ministério Público, entre outros.
Fui premiado, pois meu projeto ia diretamente ao cerne da questão: corte de gastos, meritocracia e como consequência, melhoria dos índices sanitários.
Criei o Projeto "Em busca da excelência" onde unidades de saúde competiam entre si e o reconhecimento veio com uma missão: conhecer o sistema de saúde pública cubano e trazer alguma ideia para o nosso SUS.
A missão veio apenas no início de Novembro de 2010, após alguns obstáculos serem vencidos.

A CHEGADA
Desembarquei com mais 3 pessoas que me apoiaram na implantação do projeto no Brasil e fiquei um pouco assustado com as condições do aeroporto cubano.
Comparar os nossos aeroportos com de algumas capitais no mundo é sempre vergonhoso para nós, mas pela primeira vez, me senti internamente vitorioso.
Como eu já havia me informado, troquei os poucos dólares que tinha pelo Peso CUC, desvalorizando em 20% meu capital em menos de 2 minutos!
A conta é simples: pesos cubanos para cubanos e pesos convertibles ou apenas CUC para os turistas!
Para chegar ao hotel precisei de um táxi e saber que o valor não poderia passar de 25 dólares, me deu parâmetro para negociar, mas mesmo assim, os taxistas viam em mim a possibilidade de ganhar em 30 minutos de corrida, mais do que um médico recebe em 30 dias de trabalho, os mesmos 25 dólares!
Cheguei bem tarde no hotel e como tenho medo de avião e muita saudade de minha esposa e filhos, corri para a recepção para ligar para a família.
Apesar do hotel ser reconhecido, o telefone não funcionava. Vi um computador com um aviso de internet. Pensei em enviar um e-mail, mas não possuía o cartão de crédito. Sim, existe um cartão que é vendido, às vezes e para poucos, por um preço que apenas turistas conseguem pagar, mas dificilmente ele é achado no país.
Desisti, mesmo sabendo que no Brasil as pessoas estariam preocupados pela falta de notícias e subi para o quarto para tomar um banho e dormir, já que eu não fui à passeio e sim à trabalho!
Existe uma diferença muito grande em ir à trabalho ou passeio. Turistas vão a Varadero, ficam em hotéis de pouca qualidade (comento mais a frente) e vão um dia ou dois para Havana conhecer suas belezas. Diferente dos turistas, fui para trabalhar todos os dias em uma unidade de saúde diferente e conhecer a fundo aquele sistema vangloriado por algumas pessoas, principalmente os esquerdistas.
Cheguei no quarto que tinha pouca mobília e era muito simples e fui tomar um banho. Eu não devia estranhar, mas ainda era cedo para começar a me decepcionar. Não havia nenhum tipo de suporte de higiene: sabonete, papel higiênico, toalha, etc e a água era gelada!
Eu não estava em uma comunidade indígena na Amazônia, mas na capital de um país!
Como precisava dormir, encarei e fui descansar.

1º DIA DE TRABALHO
Como de costume, acordei bem cedo e fui tomar um café para me recompor da viagem e buscar o máximo de informação possível, já que eu estava em uma missão.
Para mim, particularmente, era um sonho, já que sou cientista social e político e conhecer um sistema de poder diferente do que eu já conhecia, seria uma experiência e tanto.
Apenas um aparte: alguns se incomodam quando chamo o socialismo de sistema de poder, mas digo claramente assim, pois o socialismo não é a antítese do Capitalismo, já que esse segundo, é um sistema econômico e não de poder!
O socialismo com suas ferramentas muito bem conhecidas na mãe URSS, busca hegemonia, mesmo que tenha que derrubar alguns corpos pelo caminho.
Todos sonham em viajar para descansar, mas também para tomar um café um pouco mais completo, no meu caso muito mais completo, do que em minha própria casa. Concordo que alguns hotéis até abusam de tanta variedade, mas o café que me deparei no hotel de Havana era triste.
Na parte de frios, sem nenhum exagero, tinham 6 fatias de apresuntado e 6 de queijo. Após contar as fatias, peguei apenas uma, para deixar alguma coisa para o resto das pessoas na fila.
Ninguém fez cara de estranhamento e no 4º dia entendi o porque!
Me preparei e fui para frente do hotel ver o início do dia dos cubanos que começa mais tarde que dos brasileiros.
Em nossas capitais, 5 horas da manhã já há um bom movimento de automóveis pelas ruas e isso só ocorreu perto das 8 horas!
O horário combinado para vir alguém a meu encontro, às 8 horas, já havia passado e nada!
Pontual e desesperado com a possibilidade de ser esquecido, me informei onde ficava o Ministério da Saúde de Cuba e sai pelas ruas a pé!.
Como estava próximo de vários prédio públicos (tudo lá é público, falo dos prédios oficiais), logo achei e fui me informar:

Fui recebido por uma moça simpática que me colocou em uma sala e após 15 minutos esperando, fui interrogado por um senhor que se dizia responsável, me solicitando o passaporte e para entender que tal missão era aquela, até que deixei de lado a simpatia e fui direto: "Não pedi para estar aqui! Quem me enviou foi a OPAS!
Pedi para voltar ao hotel para pegar minhas coisas e voltar para o Brasil. Ao chegar no hotel, lá estava uma van da diplomacia cubana me esperando, com pedidos de desculpas pelo atraso!
Eu e minha equipe fomos levados para o encontro dos graduados da saúde pública cubana para nossa apresentação, onde se iniciou uma reunião.


A reunião não era apenas para uma apresentação formal, mas principalmente para vender uma imagem positiva do sistema de saúde com a demonstração de dados sanitários:


Todos comparativos era feitos com a década de 70, olvidando os dados antes do golpe, que poucas pessoas sabem que eram proporcionalmente melhores do que os atuais!
Um outro detalhe: não há como comprovar que os dados apresentados são verídicos.
Tudo ia bem até eu iniciar uma simples apresentação do nosso SUS, interrompendo a fala daquele que se apresentava como Ministro da Saúde de Cuba.
Tentei ser o mais formal possível e ao invés de usar a palavra peró, fui mais didático e usei sin embargo.
Ambas querem dizer a mesma coisa, o nosso MAS ou PORÉM...
O dito ministro não entendeu e se descontrolou e gritou: "embargo sim! Isso é o que prejudica o nosso país...." Sorri e me expliquei e tudo se acalmou.
Percebi logo no primeiro dia que, mesmo não havendo 100% de corte das relações comerciais, o tal embargo é responsabilizado por tudo de ruim que acontece na Ilha.
Após a reunião, um profissional da saúde ficou incumbido de nos acompanhar durante os 7 dias de trabalho, saiu conosco na mesma van para irmos ao primeiro destino.
Na van me preocupei em me apresentar a esse profissional que não vou revelar o seu nome, a pedido dele, e fiz alguns questionamentos sobre os dados e fui respondido sem palavras, mas com um olhar de reprovação.
Após deixar a van para a primeira visita, esse profissional me chamou de canto e disse: Olha, o motorista está ali para ouvir tudo o que conversaremos e passar para os meus superiores. Se você quiser saber algo a mais e não quiser me prejudicar, fale comigo assim, longe de todos!
Ficava claro que eu estava acompanhado de alguém que não acredita na fantasia do socialismo cubano e também por alguém pago para nos espionar!
O primeiro dia de trabalho foi em uma unidade de fisioterapia:

Em um prédio muito grande que ficava claro não ter sido construído para tal objetivo, haviam muitos funcionários para quase nenhum paciente! Um sonho de consumo para qualquer gestor público de saúde do Brasil!

Porém, o que mais havia no prédio eram cartazes que glorificavam a Revolução!
Todo profissional fazia questão de me levar a frente de cada um para a sua leitura. Eu sabiamente elogiava o que lia, mesmo sem acreditar em uma só palavra!
O primeiro dia terminou sem nenhuma novidade, sem nenhuma ideia para trazer ao Brasil, mas com uma dor no peito em ver pessoas boas sendo levadas a um caminho sem volta de sonho utópicos e de muita miséria.

Logo falarei sobre o 2º dia...

Por Marcelo Di Giuseppe

sábado, 31 de janeiro de 2015

Dilma, eu te entendo

A eleição de 2014 foi muito disputada, brasileiros de Norte a Sul se envolveram em discussões que por muito tempo ficaram adormecidas, uns aprovavam a forma de governar de Dilma Rousseff e o seu partido, o PT, outros criticavam e viam que a hora da mudança havia chegado.
As urnas mostraram que o País estava dividido e que, por um bom tempo, ficará, pois crenças e ideologias não se mudam instantaneamente.
Dilma era acusada de fazer campanha em cima de mentiras e seu maior adversário, Aécio Neves, em plena campanha buscava deixar isso claro.
Quando Aécio foi um pouco mais incisivo em um dos debates de 2º turno, a reação da Presidente, seu partido, aliados e grande parte da imprensa reagiram de forma tão bruta contra o candidato do PSDB que ele mesmo acabou mudando o tom e usando outros adjetivos para demonstrar as imperfeições ou enganos da Presidente. Aécio foi taxado de violento contra as mulheres e mais um pouco, pediria perdão em rede nacional, por ter sido mais "duro" do que o necessário.
Após as eleições e com uma vitória apertadíssima, Dilma contrariou toda a sua campanha, principalmente sobre as questões dos juros, planejamento energético e direitos trabalhistas, fazendo tudo o que acusou seu adversário Aécio ter intenção de fazer. Quem não lembra da afirmação da Presidente para Aécio Neves também em um debate: "Seu partido que está acostumado a plantar juros para colher desemprego"?
Dilma caiu em descrédito e nem mesmo boa parte daqueles que votaram em seu projeto de país (?) continuam a acreditar em suas palavras.
Pois bem, ninguém defende as incongruências de Dilma, aliás, nem ela mesma, que fez questão de sumir dos noticiários. E eu, um simples estudioso político, vem por meio deste artigo fazer!
Participei de inúmeras campanhas eleitorais e sempre me deparei com muita mentira - não tenho medo de fazer essa afirmação e/ou usar uma terminologia mais amena.
Candidatos, para vencerem um pleito usam de tudo, até mesmo mentiras!
Os eleitores adoram promessas, mesmo que de difícil resolução e aceitam-as como um bom ponto motivador para dar seu voto, mesmo que isso fique em um plano inalcançável.
O ser humano mente todos os dias mudando apenas a intensidade ou potencialidade. Algumas mentiras são aceitas de forma tranquila e outras chegam até ser elogiadas pelas pessoas e também pela imprensa. E em alguns casos, a mentira e a desonestidade, são vistas apenas como malandragem necessária, que faz parte da cultura malemolente do brasileiro, do nosso jeitinho!
Como não se lembrar da Copa de 1962 no Chile quando Nilton Santos, após cometer um pênalti no atacante espanhol, Enrique Collar, deu dois passos a frente e o árbitro Bustamante acabou por marcar apenas falta fora da área. Detalhe: a Espanha vencia por 1 a 0 em um jogo eliminatório e o Brasil virou o placar.
O que fez o maior lateral-esquerdo da história? Cometeu uma desonestidade, mentiu, ludibriou, etc, mas para o povo brasileiro, para a imprensa, isto é, para todos os brasileiros, ele foi apenas esperto!
Qual era a intenção final de Nilton Santos? Vencer o jogo e fez de tudo - incluindo mentir - para vencê-lo. Apenas o resultado importava naquele momento!
Vá você tentar mostrar que o título de 1.962 aconteceu por causa de uma atitude desonesta...
Casos como esse no futebol e na vida são rotineiros e não causam nenhuma consternação em nosso povo, pois nossa cultura é assim, maquiavélica, onde o os fins justificam os meios.
Dilma queria apenas vencer as eleições e fez de tudo para isso e conseguiu!
Por que agora a estranheza de parte da imprensa livre, pois a grande parte vive ao lado da mesa esperando as migalhas que caem no chão para sua sobrevivência e por isso não são livres, com essa atitude!
Esperar de um brasileiro e Dilma está entre todos, 100% de sinceridade, correndo o risco de perder o seu maior objetivo, seria esperar demais.
Dilma não mentiu, apenas foi mais brasileira do que nunca!
Como diria Oto Von Bismack: "Nunca se mente tanto como nas eleições e depois de uma pescaria"!

Por Marcelo Di Giuseppe






terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Indonésia

No dia 17.01.15, o instrutor de asa-delta Marco Archer foi executado em Jacarta, capital da Indonésia, país asiático com cerca de 250 milhões de habitantes.
Ele havia sido preso em com muita cocaína escondida nos tubos que formam o esqueleto de sua asa-delta.
O tiro dado em seu peito traz à tona algumas discussões: a pena capital é a melhor forma de se fazer justiça?
Por um lado podemos pensar que sustentar um bandido incorrigível durante 30 anos, podendo ele ainda continuar crime, já que o sistema prisional é leniente com suas ações criminosas, a pena de morte seria uma forma de diminuir a criminalidade e o custo de um país que poderia estar investindo na queda da criminalidade, na educação, etc.
Outro argumento à favor é que um bandido morto seria um a menos a voltar a delinquir.
Temos também argumentos contrários a essa medida, tais como: a possível falha da justiça em culpabilizar uma pessoa que no futuro, após sua morte, descobrir a sua inocência ou pelo simples fato de que todos podem ser corrigidos pelo sistema prisional, desde que queiram.
Sou a favor de todos argumento contrários e favoráveis a pena de morte e por isso, sou pessoalmente, contra a pena de morte, já que, na dúvida, prefiro me abster.
Porém, não posso criticar e tentar interferir na decisão de um país asiático e toda a sua independência econômica, financeira, administrativa e cultural.
Marco Archer, por ser um traficante profissional e internacional, certamente sabia do risco que corria e preferiu, ao invés de acordar cedo, tomar um banho e ir trabalhar, cursar um caminho tortuoso e criminoso.
Percebemos, no entanto, que o governo brasileiro iniciou sua empreitada chamando o seu embaixador de volta para o Brasil e agora com a redução do comércio exterior com aquele país.
A presidente da República, Dilma Rousseff, se mostrou indignada e tentou de tudo para que a execução da lei daquele país não fosse cumprida.
Primeiro, já seria muita interferência querer intervir nas leis e costumes de um país longínquo. Afinal, a Indonésia não estava contrariando as sua leis, apenas cumprindo-as.
O Brasil é conhecido pela sua malemolência com as leis, onde podemos citar facilmente casos de assassinos que respondem em liberdade e talvez jamais irão para cadeia.
É isso: quem é o Brasil, um país que não gosta de cumprir leis, para intervir em um país que está fazendo apenas o básico?
Outro ponto a se estranhar, é o tamanho da indignação da Presidente da República pela morte de UM brasileiro, por pena de morte, por ser um criminoso contumaz, por um país que tem no seu cabedal de leis a pena capital.
Jamais vi um pronunciamento indignado da Presidente da República com os 50 mil assassinatos contra criminosos e inocentes que ocorrem anualmente no país que ela preside.
Fica a questão: Marco Archer sabia que corria risco de morte ao traficar em solo indonésio, foi pego e assassinado e o governo brasileiro se comove. Quase 60 mil brasileiros são assassinado em solo brasileiro e o governo não se move!

Por Marcelo Di Giuseppe

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

O que será desses jovens?

A gente fica velho...e como fica!
O tempo não perdoa e parece passar cada vez mais rápido.
Pensei muito sobre isso e cheguei a conclusão que essa sensação de tempo voando está diretamente ligada a velocidade em que levamos a vida em nosso dia-a-dia.
Se não temos nada para fazer, o tempo pára! Se temos muita coisa coisa por fazer, o tempo voa!
Parece óbvio, mas é natural ouvirmos ou falarmos: já estamos no final do ano, etc...
Pensando assim, vejo esses jovens fantasiados pelas ruas, pintados com tatuagens eternas, fazendo questão de falar errado, transgredindo as leis naturais da vida e as feitas pelos homens e penso: onde eles irão chegar? O que será deles daqui alguns anos?
A resposta parece também muito óbvia, pois nesse mesmo momento, nos deparamos com jovens preocupados em buscar uma experiência internacional, falar outro idioma, estudar mais, fazer um esporte, ler um livro, etc.
O que mais me deixa triste é perceber que a juventude das classes média alta e alta fazem parte desse segundo grupo e os jovens das classes mais baixas estão em um caminho sem volta, rumo ao precipício da ignorância.
Antigamente, e eu faço parte desse grupo, pessoas de menor poder aquisitivo tinham pais de pouca escolaridade, mas que exigiam muito de seus filhos, mesmo em escolas públicas. Aliás, me recordo de ter ido fazer o chamado vestibulinho em uma escola de segundo grau do governo, pois as vagas eram concorridas. Antes que me perguntem...passei!
Só havia uma forma de conseguir competir com os jovens bem nascidos: estudando muito!
Entrar em uma universidade, mesmo particular, era um parto! Estudar inglês, apenas para os ricos! Viajar para o exterior, também!
Hoje está tudo mais fácil, a internet deu a possibilidade de qualquer um estudar, se formar, buscar informações e viajar, mesmo que seja virtualmente, mas nossos jovens preferem ser instruídos por vossas tribos e fazer parte de algo que não lhe dá um bom presente e certamente lhe dará um futuro tão ou pior do que o que seus pais tiveram.
A exaltação de cantores de funk, MCs, entre outros ao invés de buscar por uma cultura mais elevada, rebaixa esses jovens a um mundo sem precedentes.
Sei que muito dirão que isso também é cultura, a cultura da periferia, etc, mas será que o desejo de todo jovem da periferia é permanecer o resto de sua vida por lá ou será que ele deseja morar em uma casa melhora, com condições sanitárias melhores, etc?
Percebemos a resposta pelos próprios artistas que ao ganhar o primeiro milhão deixam sua casa de infância para trás.
Infelizmente, notamos que essa juventude desorientada ficará pelo caminho e em uma sociedade cada vez mais em busca do conhecimento, ela permanecerá à servir os que hoje buscam por melhor formação.
A distância entre ricos e pobres jamais reduzirá enquanto essa concepção de juventude for alimentada pela mídia e pelo governo.
O caminho é sem volta...

Por Marcelo Di Giuseppe

sábado, 3 de janeiro de 2015

Turistas ou Duristas?

Eis uma questão fundamental para quem mora em cidades de praia e que em algumas épocas do ano são visitadas por um grande número de turistas.
O alvo principal dessas pessoas certamente é a beleza e a tranquilidade da areia da praia, um banho de mar e o Sol escaldante.
Chega a ser interessante essa relação entre as pessoas que passam o ano todo em meio ao caos do trânsito da cidade de São Paulo, por exemplo, e o relaxamento da cadeira de praia.
Se essa relação ficasse apenas nesse patamar tudo seria compreensível, mas a coisa é bem diferente!
A falta de educação das pessoas que fazem da praia o seu vaso sanitário, das ruas salão de funk ostentação e das noites ringues de vale-tudo, transformam paraísos em infernos.
Se para esses duristas - turistas que vêm sem dinheiro, apenas em busca de curtição - o ano começa bem e feliz, para nós, os moradores de cidades assim, o ano começa um inferno!
Há muito tempo venho pensando em como cercear e limitar os desmandos dessas pessoas que não se comportam da forma que uma sociedade organizada espera, mas normalmente sou vencido por comerciantes que miram apenas os seus caixas e políticos que evitam tomar decisões firmes.
Os comerciantes vêm percebendo que suas vendas poderiam ser muito melhores se a qualidade dos turistas fosse melhor.
Enfim, notaram que o ticket médio maior é mais interessante do que muitos tickets baixos, pois lhe geram menos custos, menos problemas, etc.
Já os políticos, ainda demoram a perceber que esses turistas geram muito mais custos do que divisas para a cidade, seja com o acúmulo de lixo nas praias e ruas, atendimentos nas unidades de pronto atendimento e problemas de segurança.
Ter a cidade cheia de turistas não deve orgulhar ninguém se os problemas são maiores do que a geração de divisas.
O Governo Federal, o maior arrecadador de impostos, não dá reforço de caixa para essas cidades que sofrem com essa invasão desmedida de maus educados e consequentemente, porcos.
Sobra assim, para os municípios resolverem os problemas gerados por visitantes à sua população e ao seu caixa.
O ano de 2015 chegou, a Presidente conclama para a "pátria educadora" e notamos que o caminho é esse, mas sabemos que esse caminho não será seguido, porque o governo não pensa realmente assim e porque o povo brasileiro não quer que seja assim.
Dessa forma, o que sobra é a vontade de planejar o final de 2015 para que esses problemas sejam realmente resolvidos.

Por Marcelo Di Giuseppe